Sou um mineiro que mal conhece a música feita no meu estado, apesar de viver aqui desde que nasci. Acho o Clube da Esquina melancólico demais, as bandas famosas aqui das alterosas me soam excessivamente oportunistas, simpatiquinhas demais ou simplesmente as desconheço, apesar de fazerem grande sucesso no país.
Aconteceram com poucos sons que conheci, eu tomar contato pela primeira vez e gostar. Foi o caso desta banda com nome de uma atriz italiana. A primeira vez que os vi/ouvi foi num programa do tipo democlips, com um riff que me contagiou logo de cara, da canção Esperar o Quê?. Naquela época, eu morava na roça e mal tinha vontade de comprar um disco de vinil, ainda mais aquele, que era de uma gravadora independente.
Algum tempo depois, no inverno de 1995, acontecia na cidade de Nova Era, bem ao lado de onde morava, um festival de música anual e naquele ano tinha um monte de banda 'pesada'. A mais 'paulêra' delas, tocou numa quinta-feira pra inaugurar o festival. Daí, eu, com 17 anos, roubei a moto do meu irmão (com uma lanterna improvisada no farol) e fui ver o show, que não tinha mais do que 20 pagantes. O show foi até legal, mas de tanto as pessoas ao meu redor reclamarem, achei que pudesse ser um pouco pior do que eu imaginava. Final de show, o pequeno público saiu dali reclamando marimbondo e eu, como gostava de um barulho, não entendi nada. Fiquei incomodado de ter sido o único ali a gostar.
Poucos meses depois, no dia 2 de setembro de 1995, mais uma vez escondido da família, fui "passar o fim de semana" em Belo Horizonte. Na verdade, depois de sonegar uma certa mesada, eu tinha era ido a um mega-festival de rock em São Paulo, o Monsters of Rock, que tinha nada menos que Ozzy Osbourne, Faith no More, um monte de bandas e...Virna Lisi, que àquela época tinha lançado seu segundo disco, O Que Diriam os Vizinhos, com influências de congado, samba e violas bem naquele período em que havia uma onda de mesclar o rock a ritmos brasileiros, coisa que os roqueiros mais radicais não perdoam. Eles só não foram vaiados naquele show predominantemente metaleiro pelo fato de terem chamado o baterista Igor Cavalera para tocar percussão no hit deles, Eu Quero Essa Mulher (cover de Monsueto Menezes). Interessante notar que o público desses dois shows que eu fui deles neste curto períoco devem ter sido o menor e o maior de toda história da banda.
A derradeira obra do Virna Lisi viria no ano seguinte, com nome escalafobético e produção caprichada do ex-Legião Urbana (eca!) Dado Vila-Lobos. Se Desce A Lona Vira Circo, se Cerca Vira Hospício é um álbum caprichoso com arranjos de violinos, violoncelos e percussões fantásticas. Tem a fenomenal Eu Vou te Mostrar, que teve um belo videoclip caprichado á la Smashing Pumpkins. Mas o disco, que tem sua capa ilustrando estes devaneios, não vendeu porra nenhuma e a banda, que esperava ser um grande sucesso acabou antes da hora. Pra fazer esse texto, vi gente falando que não gostava deles, mas ficou assustado de ver como algo de tanto talento se expirasse tão rápido. Ao menos nos deixaram essas grandes obras e um legado que influencia muita gente. Tem pra baixar aí na net, facinho, eu mesmo peguei os três discos e até mesmo o hino do Cruzeiro.
Os ex-integrantes da banda ainda hoje circulam pelo meio musical, e têm seus respectivos projetos; Ronaldo Gino faz trilhas sonoras para filmes e comerciais e Marcelo de Paula tem sua própria banda. Já o ex-vocalista César Maurício, faz video-arte, compõe música pra gente famosa e já fez até umas parcerias com o Lô Borges. O que fica é a atitude e o som desta banda que não se preocupava com rótulos e marcou a história da música independente do Brasil com muita criatividade e talento.
Aconteceram com poucos sons que conheci, eu tomar contato pela primeira vez e gostar. Foi o caso desta banda com nome de uma atriz italiana. A primeira vez que os vi/ouvi foi num programa do tipo democlips, com um riff que me contagiou logo de cara, da canção Esperar o Quê?. Naquela época, eu morava na roça e mal tinha vontade de comprar um disco de vinil, ainda mais aquele, que era de uma gravadora independente.
Algum tempo depois, no inverno de 1995, acontecia na cidade de Nova Era, bem ao lado de onde morava, um festival de música anual e naquele ano tinha um monte de banda 'pesada'. A mais 'paulêra' delas, tocou numa quinta-feira pra inaugurar o festival. Daí, eu, com 17 anos, roubei a moto do meu irmão (com uma lanterna improvisada no farol) e fui ver o show, que não tinha mais do que 20 pagantes. O show foi até legal, mas de tanto as pessoas ao meu redor reclamarem, achei que pudesse ser um pouco pior do que eu imaginava. Final de show, o pequeno público saiu dali reclamando marimbondo e eu, como gostava de um barulho, não entendi nada. Fiquei incomodado de ter sido o único ali a gostar.
Poucos meses depois, no dia 2 de setembro de 1995, mais uma vez escondido da família, fui "passar o fim de semana" em Belo Horizonte. Na verdade, depois de sonegar uma certa mesada, eu tinha era ido a um mega-festival de rock em São Paulo, o Monsters of Rock, que tinha nada menos que Ozzy Osbourne, Faith no More, um monte de bandas e...Virna Lisi, que àquela época tinha lançado seu segundo disco, O Que Diriam os Vizinhos, com influências de congado, samba e violas bem naquele período em que havia uma onda de mesclar o rock a ritmos brasileiros, coisa que os roqueiros mais radicais não perdoam. Eles só não foram vaiados naquele show predominantemente metaleiro pelo fato de terem chamado o baterista Igor Cavalera para tocar percussão no hit deles, Eu Quero Essa Mulher (cover de Monsueto Menezes). Interessante notar que o público desses dois shows que eu fui deles neste curto períoco devem ter sido o menor e o maior de toda história da banda.
A derradeira obra do Virna Lisi viria no ano seguinte, com nome escalafobético e produção caprichada do ex-Legião Urbana (eca!) Dado Vila-Lobos. Se Desce A Lona Vira Circo, se Cerca Vira Hospício é um álbum caprichoso com arranjos de violinos, violoncelos e percussões fantásticas. Tem a fenomenal Eu Vou te Mostrar, que teve um belo videoclip caprichado á la Smashing Pumpkins. Mas o disco, que tem sua capa ilustrando estes devaneios, não vendeu porra nenhuma e a banda, que esperava ser um grande sucesso acabou antes da hora. Pra fazer esse texto, vi gente falando que não gostava deles, mas ficou assustado de ver como algo de tanto talento se expirasse tão rápido. Ao menos nos deixaram essas grandes obras e um legado que influencia muita gente. Tem pra baixar aí na net, facinho, eu mesmo peguei os três discos e até mesmo o hino do Cruzeiro.
Os ex-integrantes da banda ainda hoje circulam pelo meio musical, e têm seus respectivos projetos; Ronaldo Gino faz trilhas sonoras para filmes e comerciais e Marcelo de Paula tem sua própria banda. Já o ex-vocalista César Maurício, faz video-arte, compõe música pra gente famosa e já fez até umas parcerias com o Lô Borges. O que fica é a atitude e o som desta banda que não se preocupava com rótulos e marcou a história da música independente do Brasil com muita criatividade e talento.
2 comentários:
muito bom o texto
claro que eles eram cruzeirenses... esse lixo... haahhahaha... MONSTERS OF ROCK!!!! depois flagra no orkut as fotinhos... seu frango...
Postar um comentário