quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Pesquei um Bitelão e você, fisgou?


Reedição da mostra autônoma temporária, Kreu Krio (2008), o Vendendo Peixe vai ser um festival pra ver, fazer, escutar e, de quebra, visitar o Mercado Novo e encontrar pessoas bacanas numa tarde sabadinha, em 18 de setembro de 2010.

O prédio do Mercado Novo foi inaugurado em 1963 e até hoje não teve suas obras concluídas - é uma peça de arquitetura singular no centro da capital. Mesmo com seu concreto intenso e lajes modernistas estilosas, identidade comercial entre gráficos e músicos, está longe de tornar-se símbolo da cidade ou ponto turístico como o seu vizinho famoso, o glamouroso não sei porquê, Mercado Central.

Apesar de ter sido criado pela iniciativa privada na década de 1960 como uma concorrência ao Mercado Central das vovós, o investimento, mesmo com seus cobogós vazados idênticos à concorrência, não vingou tão potente quanto imaginavam.

Pra quem ainda nunca foi lá, conhecer o terceiro andar do Mercado Novo provoca uma sensação de abandono esquisita e ainda assim confortável. Desconheço espaço no centro de Belo Horizonte que ofereça experiência semelhante. A luz do sol das três da tarde descendo pelas telhas furadas do Mercado Novo te dá um brilho nos olhos gostoso.



Durante o Vendendo Peixe, vai rolar grafite e pintura ao vivo, vídeo-instalações, shows de viola, grindcore, surf music, country, samba, o lançamento da publicação A Zica e muito mais acontecendo no mesmo espaço por uma tarde. Experimente o sol pelas frestas do cobogó e dos telhados vazados num mercado de experiências e trocas artísticas de Belo Horizonte a partir do Mercado Novo.







quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sai, Zica!

Há duas edições da Sopa Magazine, escrevi sobre como os fanzines foram importantes para nos preparar ao vasto cardápio de informações fragmentadas neste caldeirão de contracultura a que temos acesso no mundo virtual hoje Agora, escrevo sobre um projeto de que participo com características similares ao fanzine.

Se qualquer um pode fazer uma revista, melhor ainda é poder fazer com o maior número possível de pessoas que se possa convidar, mentes que possuam interesses em comum, com vontade não só de afagar o ego, mas com disposição para fazer trabalhos coletivos, desde os mais comprometidos até os mais despojados.

Foi no que o pessoal da vontade editorial Urubois - este Canhotagem que vos escreve; os srs. Loise e Turtle - se viu envolvido em poder produzir. Pitaco daqui, tira que não cabe, vem coisa nova lá, o que era pra ser de um lado um pôster e do outro 16 páginas de desenhos do pessoal conhecido, no fim das contas, deu uma brochurinha A5 de 40 páginas impressa em P&B e que ainda pretende ser denominada fanzine. Este processo ainda por cima vai render algum cartaz - sem nada atrás. Pôster, música, invasão de espaço público no Mercado Novo, toda uma bagunça catapultada por um fanzine chamado A Zica. Classe média, morte e macumba pra zerar e chutar essa A Zica de vez...

Com trabalhos de gente nova na praça (
4:25, Alessandro Aued, Bárbara Angelo, Luiza Schiavo, Matuto, Thiago Mazza, Paula Bevilacqua, Toast/Antoine - da Sopa Magazine), pessoal que se conhece pelos seus vestígios nas ruas de Belo Horizonte (Estandelau, Desali, João Maciel, Luiz Navarro, Mosh, Ricardo Portilho, Xerelll) e até quem enviou coisa de longe (a Mayroca Estranhoca, de Floripa), resultando num melindroso e divertido processo pra se fazer.

No dia 18 de setembro, acontece no 3º andar do Mercado Novo o lançamento de A Zica, o Vendendo Peixe, um evento de manhã e tarde muito legal que vai rolar pintura, poster art, instalações e grafite ao vivo, vídeo-instalações, cinema e uma varidede de coisas acontecendo junto no mesmo espaço por um dia.

Estarão tocando no Vendendo Peixe participando nomes emergentes do cenário musical de Belo Horizonte como Grupo Porco de Grindcore Interpretativo, Vostok Deluxe, Água de Cachorro, Ram, Casper Roots, Apto2Quartos e Samba de Terreiro.

Além destas bandas num canto, vai ter o pessoal do Somando o Som fazendo um improviso e convidando as pessoas a fazerem seu próprio barulho noutro canto do 3º andar do maior mercado do centrão.

Enquantos os sons rolarem pelo ambiente, geral vai pintar o andar inteiro, oficializando o evento como uma reprise mais encorpada de um festival paralelo à Bienal do Grafite que aconteceu no mesmo Mercado Novo em 2008, o Kreu Krio.

E logo que for lançada, A Zica poderá ser encontrada em alguns locais de BH como as pulsantes galerias Quina e Mini. E no Rio de Janeiro, na La Cucaracha. O preço? Mais barato que muita cerveja por aí...

Daí, ainda no mês do desgosto, sai essa coletânea marvada com 13 petardos, Sai, Zica!

01) Sepultura - Ratamahatta
02) Gonjasufi - Ded'n'D
03) Noriel Vilela - Só o Ôme
04) RZO - Pirituba Parte II

05) Beck - Deadweight (edit)
06) Ramiro Musotto - Antônio das Mortes
07) Os Mutantes - Bat Macumba
08) The Clash - White Man in Hammersmith Palais (alternate)
09) Garotos Podres - Meu Bem

10) Type O Negative - Black No.1 (Little Miss Scare-All)
11) Zumbis do Espaço - Mato por Prazer
12) Body Count - Born Dead
13) De Falla - It's Fuckin' Borin' 2 Death

Este texto/coletânea foi feito como colaboração para a Sopa Magazine nº 6