segunda-feira, 30 de março de 2009

La Lengua Peligrosa

É muito comum escutar as pessoas dizendo aqui no Brasil de que aqui a maior parte da população tá com as costas viradas para o resto da América Latina (e de absover cultura latina em geral). Concordo relativamente, pois tem muita coisa que já tá diluída no que as pessoas escutam por aqui. E dá-lhe Shakira, RBD, Orishas, cumbia, calipso (o ritmo) e uma pá de coisa que toca no rádio por aí.

Daí, desde que comecei a postar coletâneas, queria ter postado essa, só com sons latinos. Sem lero-lero demais sobre o ecletismo apresentado, com coisas de vários países e ritmos.

Uma das bandas que eu mais simpatizo aqui, o Control Machete, vem com Danzón, homenagem ao ritmo cubano homônimo. A seminal banda francesa Mano Negra dá as caras também homenageando, mas aqui é o Maradona, craque do futebol argentino (tem até um documentário recém-lançado sobre ele, dirigido por Emir Kusturica).

O Molotov aparece com a bem-humorada sátira aos catadores de feijão fronteiriços do México, Frijolero, e um dos vocalistas da banda também canta com o Instituo Mexicano Del Sonido em El Microfono.

Outros franceses que também dão a vez - o Massilia Sound System, com seu ska bem sacado e os Fabulous Trobadors em Je Ne Brandis Pas Ma Guitare - olha se não tem clima de fechar um bom filme?

Aqui pra fazer o download:

01) Instituto Mexicano Del Sonido - El Microfono
02) Massilia Sound System - Osca Sankara
03) Mano Negra - Santa Maradona
04) Control Machete - Danzón
05) Resorte - Puro Rock
06) Tego Calderón - Cambumbo
07) Molotov - Frijolero (sin censura)
08) Plastilina Mosh - Enzo
09) Mama Vaca - Como Vaca
10) Illya Kuryaki & The Valderramas - Abarajame
12) Fabulous Trobadors - Je Ne Brandis Pas Ma Guitare

O título La Lengua Peligrosa era um set popstencil e a arte é do Turtle também.


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quinta-feira, 12 de março de 2009

Os Bastardos Populares 3

Agora que os mash ups viraram fato corriqueiro na mídia, não posso abandonar o fenômeno musical simplesmente porque o estilo agora ficou tão batido. E mesmo com a popularização desse termo mexidinho, continuo falando bastard pop, ou brasileirado - bastardo popular.

Que pra quem até hoje não sabe é um fruto musical híbrido. Como assim? Imagine alguém que estava num computador caseiro (como eu ou você) e teve a genial sacada de ajuntar uma musiquinha que gosta com algum outro hit nada a ver ou nem tanto. A pessoa pega o acapella (uma arquivo de mp3 só com a cantoria) de uma música, o instrumental de outra e pronto, mais um frankenstein musical na área. Claro que tem muito disso com vídeo casado, mas mesmo assim, de cem, salva-se um e olhe lá.

Me lembro o tanto que era difícil achar qualquer novidade do gênero há uns quatro anos atrás. Vira e mexe tá Lúcio Ribeiro (ex- Folha de SP) toda mão falando de algum novo pseudo-hit do anti-gênero. Fora o Alexandre Matias (prêmio de melhor blog brasileiro em 2008), que é fã de carteirinha e comanda a festa Gente Bonita, onde sempre coloca umas bastardas pra tocar.

Olha, de vez em quando tem umas sacadas e uns talentos muito bons que surgem. Como o californiano Mike Relm, que por minha sorte esteve em Belo Horizonte no dia que um pseudo-Gorillaz tocou num evento caça-níqueis pra gente não muito bem da cuca no Curral del Sapo. Só não processei a direção do evento pra pedir meu dinheiro de volta por causa do DJ Mike Relm, que faz umas misturebas sonoras e umas sacadas geniais no vídeo.

Tem outro que não é muito a minha onda, o virtuose Girl Talk, que até aparece no documentário Good Copy, Bad Copy roubando uns sons de calypso na internet. E por falar em kitsch, ele tem seu irmãozinho brasileiro, o pseudo-indie-brega que tá tentando ressuscitar a lambada (sic), o tal de João Brasil. O sujeito já foi até no Faustão tirar sua ondinha, ainda assim faltam mais tupiniquins com obras consistentes no gênero pra gente poder falar. Se alguém souber de algum e quiser aplicar, fique à vontade.

Então, ainda tem os franceses Totom e DJ Zebra, que tão sempre lançando coisa nova com uma qualidade acima da média, além do DJ Moule e do comandante das pick ups do Cypress Hill que também lançou algumas coisas no gênero, o DJ Muggs. Além de gente famosa que se tornou sucesso criando um disco com dois, o DJ Dangermouse (que misturou o disco branco dos Beatles com o disco cinza do Jay-Z). Com uma onda parecida, o DJ Tor acaba de lançar um disco de misturas só com samplers do excêntrico músico Sufjan Stevens com vozes de notórios raps de Outkast, Aesop Rock etc.

Como a cena punk inglesa tinha como trilha sonora o reggae e o dub (pai do atual remix), nada mais natural que as misturas caseiras faça você mesmo desse pessoal dê alguma liga. Baixa aí chega às suas próprias conclusões. Pra quem curte ou passar a curtir, tem também os Bastardos Populares 01 (que tava com defeito, agora re-postado) e Bastardos Populares 02.

Aqui, o download das treze faixas pra marcar essa sexta-feira de sorte com Los Bastardos 03:

01)
totom - These Boots Are Getting Smaller (Nine Inch Nails vs. Lee Hazlewood)
02)
Emil 187 - Wild Hashpipe (Weezer vs. Tone Loc)
03)
DJ Tripp - Don't Stop Till Ya TKO (Michael Jackson vs. Le Tigre)
04)
Dunproofin' - Police Klaxons (The Police vs. the Klaxons)
05)
DJ Moule - Foxy Break Beat (Jimmy Hendrix vs. Propellerheads)
06)
Two Tracker - Processed Messages (Kasabian vs. Grandmaster Flash)
07)
The Bootleague - Groove Is In The black Hole Sun (Soundgarden vs. Dee Lite)
08)
The Legion Of Doom - Crazy As She Goes (The Raconteurs vs. Gnarls Barkley)
09)
DJ Muggs - Transplants vs. Kanye West
10)
DJ Morgoth - Ace Of Spades Feels Good (Gorillaz vs. Motörhead)
11)
DJ Zebra - Hey Villain Boy (Franz Ferdinand vs. Chemical Brothers)
12)
Divide & Kreate - The Kissenger (Katy Perry vs. Iggy Pop)
13)
Lobsterdust- Shut Up Now (Red Hot Chili Peppers vs. Ting Tings)

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