terça-feira, 30 de março de 2010

Instituto Anuncia Álbum Póstumo de Sabotage para 2010

Daniel Ganjaman, integrante do Instituto, acaba de anunciar que um último álbum de Sabotage (1973-2003) finalmente vai ser tirado da gaveta. É grande a expectativa para o lançamento do disco do rapper, assim como do próprio coletivo Instituto, que havia anunciado uma bolacha nova desde 2009.

Confira a seguir, um vídeo com trechos da última sessão de estúdio de Sabotage, em 23 de janeiro de 2003, um dia antes de ser assassinado em seu bom lugar, o Brooklin. "O próprio inimigo é mais pobre do que eu, aí que dó", um dia antes de partir, fala sério?


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domingo, 21 de março de 2010

Cabaret Burlesque


André Burlesque passou sua molecagem infestando as oficinas da Lagoinha pra pegar os restos dos automóveis consertados no intuito de incrementar seus brinquedos. Logo, seus carrinhos de rolimã já eram os mais nervosos descendo as vielas do bairro. Daí, foi um passo pra ele virar negociante de quinquilharias. Tinha talento pra vender utilitários customizados que na verdade não passavam de lixo reciclado. Quando ainda era menor de idade, cansou desse ofício pra abrir um boteco.

Logo, a portinha de Burlesque virou o point da noite na Lagoinha e passou para o maior galpão do bairro, que tornou-se pequeno pro público que voava pras filas de entrada do seu inferninho. Em pouco tempo, seu estabelecimento partiu pra um terreno nobre da cidade e começaram a vir as criaturas noturnas mais plurais. Todo tipo de gente com o bolso estufado e também malandros, cortesãs, cafetões e caça-dotes.

Foi um passo pra que o agora Cabaret Burlesque se tornasse conhecido internacionalmente com o apelo de seu ambiente soturno e shows inusitados regrados a música de bom gosto. Superprodução, os melhores artistas que a cidade poderia receber, num deslumbre só. Foi daí que o ambiente desencantou pelo simples fato das orquestras de swing, jazz, mambo e barangas estarem especulando demais com a realidade.

Setlist:

01) Iggy Pop - King of the Dogs
02) Tom Waits - Jockey Full of Bourbon
03) Mohammed Rafi - Jaan Pehechaan Ho
04) Instituo Mexicano del Sonido - Arboles de la Barranca
05) Club des Belugas - Mambo Italiano (Dean Martin remix)
06) Fishbone - Shakey Ground
07) Bellevue Cadillac - Call of the Wild
08) The Puppini Sisters - Tu Vuo Fa L'Americano
09) Paris Combo - Si Mon Amour
10) Lewis Furey - Hustler's Tango
11) Big Bad Voodoo Daddy - Mr. Pinstripe Suit
12) Katharine Whalen - Want You Back
13) Serge Gainsbourg - L'Appareil a Sous
14) Woody Herman - Mambo Herd Part I (All Good Funk Alliance rmx)

Cabaret Burlesque materializa-se aqui.

quinta-feira, 18 de março de 2010

A Praia da Estação Recebe o Outono Fervendo

Desde meados de janeiro de 2010, durantes todas as tardes de sábado, Belo Horizonte assiste a uma das mais relevantes e originais ações de retomada do espaço urbano por um público sem rosto e cheio de vontade.


Após a eleição de 2008 e a ultrajante lavação de roupa suja em horário eleitoral sem precedentes na televisão - vide chute no traseiro e interferência daquele publicitário maquiavélico produzindo o comediante Tom Cavalcanti - o povo do Curral Del Rey assiste estupefato às ações do prefeito Márcio Lacerda. O nome de consenso escolhido pela inédita coligação numa capital brasileira entre PT e PSDB assumiu a prefeitura da cidade em 2009 minguando as verbas para a área cultural da capital mineira e fechou o ano com um veto a eventos de qualquer natureza numa das maiores praças da cidade - a Praça da Estação.


foto: Tamás

Acredito que a população nem tinha como esperar demais do senhor Márcio Lacerda, porém assistir ao senhor prefeito tirar o uso de um espaço público pelo poder do veto foi realmente nauseante. Estranho que desta forma, a autoridade citada passou por cima até mesmo da lei de uso do local, que sempre foi direito da população desde que a cidade fora criada, além do quê a Praça da Estação ganhou até um tal de boulevard fazem poucos anos.

Há males que vêm para o bem. E uns gatos pingados inconformados, através de redes sociais pela internet, começaram a se organizar para reclamar do acontecido. Tudo começou com um tímido passeio Vá de Branco pela Praça da Estação, porém a onda deu caldo mesmo foi com outra idéia esperta, referência a algo que o mineirinho mais sente falta na cidade - e não vai ser resolvido por político algum - a criação da Praia da Estação. O calor foi um norte, colocar o povo de sunga no centrão uma vontade escondida pra tirar a roupa no maior plano panóptico por onde trafega a tradicional família come-quieta.


Até quando o enobrecimento forçado do espaço público central de Belo Horizonte suportará o peso da vontade de uma dondoca que controla secretarias de turismo, cultura e até mesmo um bom bolo de nossas verbas museológicas?

Parece que o fato tornou-se uma pedra no sapato do político que este ano vai assistir de braços cruzados ao lançamento de candidaturas-nada-surpresa para o estado e para o Brasil tucano-petista. Ou seja, algum deles vai convidar esse candidato fabricado pra subir no palanque e perder voto? Páreo mole.


Engraçado que grande parte dos manifestantes nem vota - muitos nunca exercerão este ato na vida - e como considerá-los apolíticos? O bojo que a imprensa considera mera massa de esquerda festiva ultrapassou idade, orientação política e credo.

E agora, Ministério Público, algum promotor competente se habilita para poder encarar uma boa briga numa luta justa?


foto: Tamás


Relevante notar que no último dia 6 de março aconteceria na Praça da Estação um evento com as bandas U (U com trema, não achei a trema aqui no teclado agora), Graveola e o Lixo Polifônico, Dead Lovers e outras, que foi forçado pela Guarda Metropolitana de Belo Horizonte a ocorrer debaixo do Viaduto Santa Tereza. Tudo bem, as pessoas invadiram a Avenida dos Andradas pacificamente e o show ocorreu sem transtornos. Só que uma semana depois a própria prefeitura montou uma mega-estrutura na Praça da Estação para que no dia 14 de março ocorresse um evento que - no atual contexto - pode ser entendido como de caráter eleitoreiro, a Maratona Linha Verde. Com palco, gerador, banheiros químicos, a população flutuante desinformada que ali chegasse, mal saberia que ali no mesmo local ocorre uma censura velada ao direito de se expressar. E agora, vamos esperar o tsunami?

Taí o funk universitário feito pelo pessoal do Graveola - bem que as outras bandas da cidade podiam fazer uma coletânea com umas músicas sobre esse protesto. E deita no cimento:


Obrigado a Omar Motta pela inspiração.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Calma em Belo Horizonte

Nesta quinta-feira, acontece em Belo Horizonte, na Escola Guignard o lançamento do livro The Art of Stephan Doitschinoff - mais conhecido como Calma, o artista que pintou a cidade de Lençóis na Chapada Diamantina, na Bahia.

Conhecido pelos seus trabalhos nas ruas e pelo design de discos como o Dante XXI, do Sepultura, Calma apresentará também seu vídeo Temporal, do qual vemos um trecho aqui...

TEMPORAL : The Art of Stephan Doitschinoff (aka Calma) from Jonathan LeVine Gallery on Vimeo.