quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Paraíso Artificial da Matéria Prima

Quando me mudei da roça pra cidade há pouco mais de dez anos, não me ligava muito em rap. Convivendo com o pessoal da Praça Nova Iorque, passei a dar atenção em algumas bandas. De repente, o meu amigo e vizinho do GNZ, o Higienezê, que logo tornou-se um prolífico rapper que gravava tanta música quanto tomava uma latinha (ou quase). Higiene fez parte de uma banda organizadinha e redonda chamada Ponta Pronta e depois do Casa B, que era mais punk - no sentido participativo.

Enfim, o Higiene nunca gostou dessas ondas de cantar em palco e nem de fazer música redondinha - mas fez muita coisa boa e me apresentou um monte de gente legal e talentosa. Depois de um caminho extenso pela escola Guignard, ele quase foi designer e agora virou cozinheiro - e até onde eu saiba não largou a cachaça do rap.

Outro que não larga o rap e agora traz uma pérola de 2011 pra gente é Matéria Prima, guerreiro da rima de mais tempo ainda. Ex-membro do Quinto Andar e do Subsolo, nestes grupos foi parceiro de gente como o carioca Marechal e o paulista Kamau. Hoje Matéria Prima, junto com o Ferpa e Gurila Mangani é um dos frontmans do Zimun, um experimento de rap/jazz/dub com uma banda orgânica muito competente.

Comecei o texto falando do Higiene porque foi através dele que conheci o Matéria Prima, o Thiago Augusto. Sujeito zen e artivista da rua, Matéria é um cara atento à literatura, poesia e faz um som bom de ouvir. Duvida? Fala sério, o cara caprichou na letra e o Cabes fez uma base sincopada fudida - essa é Paraísos Artificiais.

Escuta aqui:


Pode baixar aqui ou aqui.

Paraísos Artificiais

Letra de Matéria Prima, produção de Cabes, fotografia de Simone Pazzini e arte de Jéssica da Cruz. Gravado no estúdio Minueto em Belo Horizonte/MG e mixado por Cabes na Track Cheio em Curitiba/PR.

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