sábado, 8 de dezembro de 2007

Ouvi Falar de Releituras - Parte I

Sempre gostei de escutar covers ou remixes criativos, desde que sejam audíveis. Andei lendo através de um link encontrado no e-mule um blog que conta sobre os melhores e piores covers da história.

Bem, como cada um tem sua versão e eu discordei bastante daquela, vim humildemente contribuir. Fiz minha lista daquelas que considero algumas das melhores releituras (e covers) de todos os tempos. Qual a diferença?

Considero que existem duas categorias de covers, a releitura e o cover, pastiche mesmo. Então escolho dez relidas de cada tipo, tudo comentado.

Primeiro as releituras que fazem arranjos rítmicos criativos em cima da versão original, tornando-a muitas vezes irreconhecível;

-
Golden Shower - Ich Will Spielen, Mim quer Tocar (Ultraje à Rigor cover) - Desconheço uma releitura tão desconstruída e tão resolvida quanto esta. Famosos pelos seus vídeos, a banda paulista releu a famosa canção dos ultrajantes como se fosse o próprio Kraftwerk tocando. Precisa mais?

-
William Burroughs - Is Everybody In? (The Doors cover) - Pouco antes de desencantar, o célebre poeta beatnik foi recrutado pelos sobreviventes de uma das maiores bandas de todos os tempos para desconcertar uma nervosa releitura de um poema de seu fã, Jim Morrisson, com ecos do próprio 'Rei Lagarto' gritando ao fundo. De arrepiar.

-
Molotov - Revolution'll not be Televised (Gil Scott Heron cover) - Parece que este hino da música negra foi feito pra ser cantado em espanhol. O Molotov nunca quis ser considerada uma banda politizada, mas acertou em cheio ao trazer pra nossos tempos globalitários esta ótima versão.

-
The Slits - I Heard It Through The Grapevine (Marvin Gaye cover) - Esta banda feminina de ska-dub lançou um discaço em 1979 que é um marco e sua melhor canção é sem dúvida este cover, que é mais conhecido quando tocado pelo Creedence Clearwater Revival. Vale a pena procurar.

-
Rage Against The Machine - Renegades of Funk (Afrika Bambaata cover) - Não é a toa que este clássico do funk dá título ao último álbum que o RATM gravou no estúdio. Existe na internet uma versão instrumental desta versão matadora.

-
Nouvelle Vague - Dancing With Myself (Billy Idol cover) - A canção mais famosa do poser-punk Billy Idol recebeu um tratamento bossanovístico-fox trot nesta suave (mas nem por isso desanimada) versão da configurável banda especializada em regravar que tem diversas cantoras francesas convidadas interpretando grandes clássicos dos anos 80.

-
Beastie Boys - Time for Livin' (Sly And Family Stone cover) - No auge de sua carreira, estes rappers, judeus brancos voltam às suas raízes punk rock, muito bem tocado nesta visceral interpretação.

-
Little Quail & The Mad Birds - Samba do Ernesto (Adoniran Barbosa cover) - Quando o rock brasileiro estava consolidando no cenário nacional, os bem-humorados integrantes desta banda brasiliense (que deu origem ao Autoramas) teceram um tijolo com o samba revoltado de Adoniran.

-
Virna Lisi - Eu Quero Essa Mulher (Monsueto Menezes cover) - Outro samba em versão pauleira, é mais famosa na versão de Caetano Veloso, já foi citado aqui em no blog na matéria sobre a banda.

-
Noriel Vilela - Dezesseis Toneladas (Jonnhy Cash cover) - Bem, essa música não é do Cash, mas como sua versão é a mais famosa fora do Brasil, fica como se fosse dele. A maioria dos ouvintes do vozeirão de Noriel nem imagina que este samba era originalmente um rock bem primitivão chamado Sixteen Tons.

Ainda esta semana, outra lista com os
covers que são mais fiéis às versões originais e mesmo assim possuem identidade própria. Aguardem.


Um comentário:

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado