Certas pessoas, como eu, têm uma tendência a cansar daquilo que nos é colocado de forma impositiva. Claro que de certa forma, quase tudo acaba sendo. A não ser que seja uma busca pessoal de cada um por suas novidades através de dicas de bom gosto ou influências a partir de algo que a gente gosta.
Pois foi a partir do prezado cantor de calypso Mike Paton que conheci uma grande música chamada Ford Mustang, que sabia desde o princípio ser de Serge Gainsbourg, ‘aquele cantor barangão francês’, o mesmo que compôs aquela música de motel que todo mundo conhece, Je T'Aime (Moi Non Plus). Pronto, bem aos poucos comecei a pegar músicas e ler sobre o tal camarada. E não é que comecei a gostar?
O que começou a me pegar no som deste beberrão e fumante inveterado é que cada música dele que eu pegava era de um estilo musical diferente. Ou seja, tudo que os Beastie Boys ou o Beck queriam ser se estivessem na década de 1960. Até então, eu tinha pegado umas canções picadas. Aí comecei a catar os álbuns, que vieram cair tão bem aos meus ouvidos como nordestino
Difícil dizer por qual estilo musical o senhor Gainsbourg trafegou com maior desenvoltura, se pelo jazz, o rock, o reggae, o rap ou até mesmo pela bossanova. Sei que fiquei impressionado com o tanto de medalhão da música que diz ser apreciador da obra dele, desde o povo do Sonic Youth, My Blood Valentine e Pulp à Michael Stipe, Placebo, Franz Ferdinand, Feist, Rakes etc. No Brasil, eu não sei de gente que se diz explicitamente influenciada por ele, mas sei que Jane Birkin, ex-esposa e eterna musa do figura, fez dueto com Caetano Veloso em uma releitura de Leãozinho. E que em 1984, na trilha sonora da mini-série global A Máfia No Brasil, sua música Sex Shop foi incluída e fez relativo sucesso.
Mas peraí, se você procurar algo sobre Serge Gainsbourg no Google, vai ver que hoje em dia ele é apenas o pai da atriz e cantora moderninha Charlotte Gainsbourg, afinal ele faleceu em 1991, depois de uma vida desregrada, cheia de mulheres e polêmicas. Uma delas eu indico pra assistir aqui, que gera um desconforto digno da mais estapafúrdia cena de Woody Allen, quando o senhor Gainsbarre (apelido que ele se dava quando bêbado) abordou a cantora Whitney Houston ao vivo em rede nacional francesa com um sonoro “I want to fuck you”, vale a pena ver;
4 comentários:
Temos um correspondente brasileiro(aliás, dois) a esse tipo de liberdade musical de passear entre vários estilos. São os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle.
Claro, nada tão "pop" quanto o nosso amigo. Que, aliás, já gravou o mesmo disco da "música de motel" que você citou com a Brigitte Bardot, seu antigo affair (com quem, dizem, ele quase foi aos finalmentes durante a gravação do mesmo).
eu mên , num é ?
..
bom descobrir teu blogspot..nos vemos por mais , aqui e pela rua..
beiJÃo!
Eu conheci a obra de Gainsbourg no início deste ano e em julho estive em Paris e fui até a casa dele na Rue de Verneuil, 5, onde vai se transformar num museu em homenagem a ele. DEMAIS!
Yo, jão.biscuit aqui sim.
saca essa pianista aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=xQ7gMN04zkA
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